terça-feira, 2 de março de 2010

O reverso da Medalha

Em portugal a noite está quase a chegar ao fim, imagino o despertor de muita gente a tocar a relembrar que um novo dia está a começar. E aqui, bem, aqui continua noite cerrada, e é aí que me apercebo o quão longe estou de casa. Da família, dos amigos, do meu quarto e da minha cama. Sim, porque esta não é a minha cama, a minha cama tem o molde do meu corpo, a minha almofada o meu cheiro. A minha cama é como se fosse uma parte minha, do meu corpo, é natural deitar sobre ela e sentir que a minha cama faz parte de mim. Aqui sinto-me uma estranha sempre que me deito para domir.Ainda hoje acordo e sinto-me perdida. Olho para todos os lados para procurar algo familiar, a estante dos livros meio arrumada meio desarrumada, a tv ligada da noite anterior que ficou esquecida. O computador mesmo de frente para mim, a roupa meio espalhada pelo quarto, e o telemovel a tocar aquela música que me deixa bem disposta ao acordar.
É estupido estar a milhares de km de casa e ver a falta que uma cama  faz, nunca pensei que fosse sentir tanto a sua falta. Aliás, nunca pensei que fosse sentir falta de coisas que pareciam tão insignificantes mas que hoje fazem todo o sentido.
Antes de embarcar nesta aventura pensava em tudo o que me ia fazer falta, e nunca pensei que coisas tão insiginificantes me fossem fazer falta, e só damos valor a isso quando atravessamos um atlântico para estar longe durante meses.

Penso no avô João, e tenho saudades dele mais do que qualquer outra coisa. Faz-me falta o seu sorriso e a sua força de vida. As conversas via skipe não chegam para matar as saudades que tenho dele, e sempre que falo com ele só me apetece embarcar no primeiro voo para sentir os braços fortes e cheios de vida dele sobre mim. As saudades que tenho dele consomem-me. Mas é o reverso da medalha. É um  preço grande a pagar, esta saudade, pela vida que me está a tornar uma mulher diferente, com M grande, aqui por terras brasileiras.  Pago eu, e pagam aqueles todos que têm saudades e que anseiam o meu regresso.

Tenho mantido conversas mais com uns do que outros, mas... tenho saudades (muita) de todos vós!

Beijinho

1 comentário:

  1. Olá linda, é nestas alturas que só quando as coisas nos faltam é que damos a devida importância ;) Mas deixa lá já faltou mais para voltares :p

    Beijitos e força ai ;) Goza ao máximo, quando menos esperares estas de volta e com saudades disso ai

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